Signos – Semiótica

•Abril 26, 2011 • Deixe um Comentário
De acordo com Peirce (cf. SANTAELLA, 2006:61-7), os signos são classificados de acordo com as seguintes relações:
A) Relação do signo com ele mesmo;
B) Relação do signo com o objeto;
C) Relação do signo com ele interpretante;

Ícone ou signo icônico
Quando o signo mantém uma relação de semelhança com o objeto, pois preserva algumas qualidades do mesmo.
Ex.: Fotografia, escultura e pintura

Índice ou signo indicial
Quando o signo matem uma provável relação com o objeto. Esta relação é a de causa e conseqüência. O signo indicial aponta, indica algo que o causou/ motivou.
Ex.: Pegadas; relâmpago; bocejo

Símbolo ou signo simbólico
Quando o signo não tem relação “natural” com o objeto. É uma relação arbitrária, cultural, e que só existe na mente das pessoas.
Ex.: Pomba, símbolo da paz;

Fonte:
SANTANAELLA, Lucia. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense. 26ª edição, 2007

Neuro Propaganda

•Abril 26, 2011 • Deixe um Comentário
Empresas usam as últimas descobertas da neurologia para produzir comerciais irresistíveis, que consigam penetrar na fronteira final: o seu cérebro.
 
Aos chegar ao 60 anos de idade, você terá visto uma quantidade gigantesca de anúncios. Para ser mais exatos, 2 milhões. São 90 propagandas por dia, todos os dias. Uma eternidade, 16 mil horas, vendo mensagens comercias (tempo suficiente para fazer faculdade de medicina – duas vezes). E isso só contatando as propagandas de TV. Some os anúncios que estão em todas as outras mídias, inclusive esta revista, e o número será ainda mais impressionante. O problema é que, quanto mais as empresas tentam martelar informações na sua cabeça, menos você dá atenção a elas: de cada 100 propaganda, 92 são sumariamente ignoradas ou esquecidas. Estamos esquecendo cada vez mais as coisas, e a neurologia tem uma explicação para isso (que até foi capa de SUPER, lembra?). Mas e se fosse possível usar as última descobertas sobre o cérebro para mudar o jeito de fazer publicidade, criando anúncios que sejam irresistíveis para a mente do consumido? É possível, e já tem gente tentando fazer isso. Diversas multinacionais, da Mercedes Benz ao Mc Donald´s, já aderiram a esse novo marketing. Ele está cheio de conclusões surpreendentes, que vão mudar a sua maneira de enxergar as marcas e o consumo.
 
Apple ou Microsoft? Brahma ou Antártica? Sadia ou Perdigão? Por que escolhemos uma marca e não outra? Em 2003, numa experiência que lançou as bases do neuro-marketing, o neurologista americano Read Montague provou que essa decisão não é racional. Ele serviu Pepsi e Coca-Cola para um grupo de voluntário enquanto monitorava o cérebro deles. quando a bebida vinha em copinhos brancos, sem identificação, deu empate. Metade das pessoas preferiu Pepsi, e metade a Coca. E o cérebro de todas se comportou da mesma forma, com a atividade concentrada no putame ventral – área ligada à percepção de sabores gostosos. Já quando os voluntários foram informados de qual marca estavam tomando, tudo mudou. A maioria, 75%, passou a preferir a Coca. Que também teve um efeito diferente sobre o cérebro. A região dominante passou a ser o córtex medial, que está ligado às emoções. Ou seja: os voluntários passaram a ignorar o sabor da bebida, que seria o critério de decisão mais lógico, e escolheram o refrigerante de forma irracional. As marcas realmente afetam o discernimento das pessoas – as fazem tomar decisões que normalmente não tomariam. Mas por quê?
 
A explicação só viria depois só viria depois, com uma série de estudos muito mais detalhados – em que vários grupos de cientistas das Universidades de Montreal (Canadá) e Warwick (Inglaterra) testaram 2 mil pessoas. No meio dessa multidão de voluntários, havia um grupo de freiras carmelitas. Pediu-se a elas que se concentrassem, rezassem e pensassem em Deus, e sua atividade cerebral foi gravada. Depois, outro grupo de pessoas foi exposto a imagens comercias – logo – marcas e fotos de produtos muitos legais. Adivinhe o que aconteceu: seu cérebro se acendeu exatamente como o das freiras. “A pesquisa provou que, quando somos expostos a marcas como iPod, Ferrari e Guinnes, temos as mesmas emoções geradas por símbolos religiosos como cruzes, rosários, a Virgem Maria e a Bíblia”, afirma o marqueteiro americano Martin Lindtrom, coordenador do estudo e autor do livro Alógica do Consumo, que está sendo lançado no Brasil. Biologicamente, pensar numa marca é o mesmo que pensar em Deus. Consumir é o mesmo que rezar. Amém!
 
Essa idéia ultraconsumista fez surgir dezenas de consultorias especializadas em neuromarketing, que juntam publicitários e cientistas e prestam serviços a grandes empresas – acretida-se que 20% das multinacionais estejam fazendo, ou já tenham feito, algum estudo de neuromarketing. A Mercedes ficou sabendo que as pessoas gostam de carros com cara de gente- pois, quando olhamos para frente de um automóvel, usamos os mesmos circuitos cerebrais que processam rostos. O YouTube descobriu que, ao contrário do que poderia parecer, os usuários não se irritam com anúncios inseridos sobre os vídeos. E uma emissora de TV inglesa constatou que, por algum motivo, as propagandas veiculadas de manha tem as impactos sobre o cérebro.
 
As pesquisas também estão descobrindo que as propagandas podem ter o efeito oposto ao que pretendem. As advertência impressas no verso dos maços de cigarro, por exemplo. Elas realmente evitam que os não fumantes adquiram o vício. Mas com quem já fuma, têm o efeito contrario: aumentam a vontade de dar umas tragadas. Quando fumantes vêem essas mensagens, seu núcleo accubens dispara. É a mesma região do cérebro responsável pela vontade de fumar. Isso acontece porque os avisos estão associados ao ato de fumar: quando as pessoas se lembre deles, também e se lembra da parte prazerosa do fumo.
 
Por falar em prazer, e o sexo? Por que tantas propagandas têm algum tipo de conteúdo ou insinuação sexual, mesmo quando nada tem a ver com o produto? Porque chama a atenção e convence. Você já deve ter ouvido a expressão “sexo vende”. Ela pode estar errada. Um estudo feito em 2007 pela Universidade de Londres constatou que, na prática, propagandas com mulheres e homens bonitos são menos lembradas pelos consumidores. “o sexo não vende. Na verdade, ele reduz a possibilidade de que os espectadores se lembrem da propaganda”, conclui a pesquisa, que também chegou a outras conclusões interessantes. Programas humorísticos ou violentos são ruins para os anunciantes, porque fazem as pessoas esquecerem as propagandas, e dá mais resultados colocar anúncios em shows que não sejam relacionados ao que você quer vender (anunciar um carro num programa de culinária, por exemplo).
 
Nem todas as descobertas são positivas. Uma delas é perturbadora. As propagandas subliminares, que trazem mensagens escondidas (e parecem coisa de conspirador maluco), realmente fazem efeito sobre o cérebro. Sabe aquelas musiquinhas de fundo que tocam nas lojas? Elas podem ter mensagens escondidas. Numa experiência polêmica, 50 lojas de departamentos e supermercados dos EUA começaram a tocar músicas que continham uma mensagem subliminar: “Eu sou honesto e não vou roubar”. Essa frase era repetida muito depressa, 150 vezes por minuto, e num tom extremamente baixo; ou seja, era completamente inaudível. Mas deu resultado: a quantidade de furtos caiu 37%. Um teste similar, só que com mensagens do tipo “comprar é bom”, aumentou as vendas em aproximadamente em 15%. Não é agradável pensar que a publicidade possa agir no subconsciente e nos obriga a consumir, sem que nem mesmo percebamos o que está acontecendo. Por isso, neuromarketing também atraiu opositores. Uma ONG America fez campanha para convencer o Congresso dos EUA a proibir o uso de técnicas neurocientificas na propaganda.
 
Não conseguiu. Seja como for, os neuromarqueteiros dizem que não há motivo para preocupação. “se entendermos melhor nosso comportamento irracional, nós [os consumidores] vamos ter mias controle, e não menos, sobre as nossas decisões de compra” afirma Lindstrom. É verdade. E pensando assim, dá até vontade de ver uns anúncios, não? É só virar as paginas de uma revista, ligar a TV ou entrar na internet. Eles estão em toda parte.
 
Fonte:
 
LINDISTRON, Martin. A lógica do consumo. Editora Nova Fronteira. 2009
MILLER, Geoffrey. Spent: Sex, Evolution and Consumer Behavior. Viking Books. 2009

Definição de Publicidade e Propaganda

•Abril 26, 2011 • Deixe um Comentário

“O que distingue a publicidade da propaganda é exatamente o que cada uma delas divulga: enquanto a Publicidade divulga produtos, marcas e serviços (publicação), a Propagada divulga idéias, proposições de caráter ideológico, não necessariamente partidários (propagação). Nesse sentido, a Publicidade vincula-se ao objetivo de auxiliar e gerar lucros, enquanto a propaganda liga-se ao objetivo de gerar adesões. Enfim, a Publicidade espera a compra, o consumo como resposta, enquanto a Propaganda espera a aceitação de uma dado que confirme ou reformule em determinado sistema de crença.”

Fonte: BIGAL, Solange. Afinal, o que é criação publicitária? Razão Social. São Paulo: 1993

A publicidade é um cadáver que nos sorri.

•Abril 24, 2011 • 2 comentários

Algumas citações do livro “A PUBLICIDADE É UM CADÁVER QUE NOS SORRI” Oliviero Toscani

A publicidade não vende produtos nem idéias, mas um modelo falsificado e hipnótico da felicidade. Essa ambiência ociosa e agradável não é mais do que o prazer de viver segundo as normas idealizadas dos consumidores ricos. È preciso seduzir o grande público com um modelo de existência cujo padrão exige uma renovação constante do guarda-roupas, dos móveis, televisão, carro, eletrodomésticos, brinquedos das crianças, todos os objetos do dia-a-dia. Mesmo que não sejam verdadeiramente úteis. A publicidade não para de repetir em suas musiquinhas e slogans: usem estes relógios de pulso das atrizes de cinema, utilizem este desodorante de aroma silvestre e vocês farão parte de elite social, conhecerão a “verdadeira”, descobrirão o “gosto do essencial” e permanecerão jovens, ricos e belos. Ela repete tais simplismos até a exaustão. (27)

A publicidade oferece aos nosso desejos um universo subliminar que insinua que a juventude, a saúde, a virilidade, bem como a feminilidade, dependem daquilo que compramos. Um mundo todo sorrisos em que dialogo amáveis e muito blábláblá subentendem estas mensagens dissimuladas” (28)

“A publicidade vende felicidade”, repetem todos os grandes pensadores da comunicação, os responsáveis pela estratégia da comunicação, os responsáveis pela estratégia da Young & Rubicam ou da McCann Erickson, os teóricos da Euro-RSGS, todos. Quer dizer então que a felicidade se vende? Ou se compra? A publicidade já está ficando rouca de tanto falar em felicidade, parece que nem tem outra palavra na boca, enquanto a crise bate a porta de tido mundo e as população começam a preocupar-se com o próprio futuro. (29)

A publicidade é uma arapuca. A força de louvar o prazer de consumidor como imbecis felizes, ela acaba nos tornando anoréxicos. (29)

A publicidade excita os seus desejos, seduz os ingênuos, cria-lhes necessidades, torna-os culpáveis. Ela nos atrai para os seus encantos, nos ‘acende’ através de técnicas experimentadas. Compra-nos os nossos desejos. Como se compram votos em política. (29)

A publicidade não vende felicidade, ela gera depressão e angústia. Cólera e frustração. (33)

[…] possuir esta ou aquela roupa louvada nas propagandas é pertencer ao mundo dos eleitos. Sem esse casaco de couro no estilo americano, sem esses tênis reguláveis, adeus, aparência, adeus, vida! São roídos por sentimento de exclusão e de mal-estar. O garoto se vê como um estranho no círculo dos estudantes que realmente contam, a aqueles que paqueram as garotas, aqueles que possuem os sinais exteriores da riqueza e da “aparência” (33-34)

A publicidade é uma máfia. (39)

A publicidade é um cadáver perfumado. Sempre se diz a respeito dos defuntos: ‘Ele está bem-conservado, parece até que sorri.’ O mesmo vale para a publicidade. Acha-se morta, mas continua sorrindo.” (40)

Toscani explica a forma de publicidade da Benetton:

A publicidade poderia torna-se a parte lúcida, fantasista ou provocante da imprensa. Poderia explorar todos os domínios da criatividade e do imaginário, do documentário e da reportagem, da ironia e da provocação. Poderia oferecer informação sobre todos os assuntos, servir grandes causas humanistas, revelar artistas, popularizar grandes descoberta, educar o público, ser útil, estar na vanguarda. Que estopim!” (47)

O repórter fotógrafo Patrick Robert explica a forma de publicidade da Benetton

Ela transforma um slogan publicitário numa iniciativa humanista. Ela se aplica em colorir a Benetton com uma atitude progressista. E desenvolve uma imagem de marca, filosófica, que vai muito além do mero consumo.” (48) […] A Benetton entrou num outro domínio da publicidade, ela superou a noção de produto para vender uma filosofia de marca. (58)

A ilusão da publicidade:

Seu argumento favorito é que a publicidade deve provocar o sonho, não o raciocínio. (56)

A publicidade é neutra, vazia, sem interesse. Papel pintado. Dá vontade de ficar passando os canais de televisão.” (59)

“As imagens publicitárias constituem hoje uma parte imensa de nossa cultura, nossos conhecimentos, nosso gosto, nosso estilo, e inclusive nossa moral. (95)

A maior campanha publicitária da história da humanidade foi Jesus Cristo. Ela lançou um slogan universal: ‘Amai-vos uns aos outros’ E um admirável logotipo: a cruz” (129)

Hoje a publicidade não tem mais essa audácia de ir além do produto que ela promove, sem procurar ganhos rápidos. (130)

Promete-nos o Paraíso a crédito. Oferece-nos todos os dias aparições de divindades. Sacraliza o universo quotidiano, que ela transfigura numa comunhão solene com os produtos miraculosos. […] Explora o sentimento de culpa de todos aqueles que não merecem entrar no reino dos Eleitos do consumo. A publicidade é o contrário do amor. Promete tudo e não dá nada. È o catecismo da religião do consumo. (136)

É uma religião materialista, uma monstruosidade. Confunde milagre e dinheiro, os frescos da Capela Sistina e o catálogo pornográfico, música sagrada e musiquinha internacional, a pietà e a garota. (136)

Já não somos humanos, mas homens-máquinas. Semi robôs. Escravos. Entramos no regme da ditadura da televisão, não-violentos, suave, publicitário, a mais perigosa. (169)

A publicidade forma opinião e comportamento. A publicidade dita regras:

”A publicidade invadiu tudo… Mestre-escola de nossos filhos, eles passam oitocentas horas diante do professor e mil diante da telinha, fascinados por nossos comerciais, ela também mestre da vida. Tal como existia mestres de pensamentos”.(Jacques Séguéla). Extraído de (169)

Toda a publicidade precisa ser reinventada. (187)

Oliviero Toscani – Um Olhar Crítico para a Publicidade

•Abril 21, 2011 • 1 Comentário

Oliviero Toscani (Milão28 de fevereiro de 1942) é um fotógrafo italiano, que inventou campanhas publicitárias polêmicas para a marca italiana Benetton durante os anos 90.

A maioria de suas campanhas é institucional, propagandas de marca e não de produto, normalmente composta apenas por uma fotografia polêmica e o logo da companhia.

Uma de suas campanhas mais famosas inclui um homem morrendo de AIDS (SIDA), chorando em uma cama de hospital, rodeado por seus parentes. Outras incluem alusões ao racismo (uma muito notável mostra três corações humanos quase idênticos com as palavras branco,preto e amarelo como legenda), a guerra e a religião.

No começo dos anos 90 Toscani fundou, juntamente com o designer gráfico estadunidense Tibor Kalman, a revista Colors. O slogan era “uma revista sobre o resto do mundo”. Toscani também lançou um livro chamado “A publicidade é um cadáver que nos sorri”, no livro o fotógrafo conta suas experiências e fala sobre ética publicitária.

Toscani é um fotógrafo fantástico que sabe perfeitamente qual o punctum que captará todo o público. Um dos melhores fotógrafos de todos os tempos

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Nota 9,5 – Avaliação de Redação Publicitária 5º Semestre.

•Abril 20, 2011 • 2 comentários

Escrever bem é o mínimo que se pode esperar de um universitário.

Construir um boa redação em sala de aula é um desafio, pois há obstáculos como:

o barulho da sala, e a pressão psicológica de entregar num prazo determinado. Mas valeu, faltou apenas 0,5 para tirar 10.

Deni Salles

Eu, Etiqueta.

•Abril 20, 2011 • 3 comentários

Eu Etiqueta

Em minha calça está grudado um nome
que não é meu de baptismo ou de cartório,
um nome… estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça até o bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos de mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar, ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou – vê lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas indiossicrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco de roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio de estamparia, não de casa,
da vitrine me tiram, me recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo dos outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem,
meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.

Carlos Drummond de Andrade 

Seja feliz sem juros. ass: Publicidade – Parte 1

•Abril 17, 2011 • 3 comentários

“A publicidade não vende produtos nem idéias, mas um modelo falsificado e hiponótico da felicidade”. Oliviero Toscani

Se engana quem pensa que a publicidade vende produtos e objetos. Para  Everardo Rocha a publicidade vende um “mundo mágico”, para Olivieiro Toscani a publicidade é “um cadáver que nos sorri” que vende “felicidade”, para Jean Baudrillard a publicidade vende “signos”.

Refletir e analisar o que de fato a publicidade vende, significa perceber um mundo paralelo ao nosso, ou seja, um mundo irreal, surreal e perfeito.

O filme “Amor por contrato” apresenta de maneira através de uma “família” o papel da publicidade na sociedade.

O filme apresenta, a princípio, a vida de uma família perfeita e invejável no seu comportamento e estilo de vida. Mas, na verdade esta família uma equipe de vendas, um “núcleo” como retrata o filme. Juntos cada membro deste núcleo vive de estratégias para vender estilo de vida, comportamentos e experiências de luxo.

Utilizam-se da aparência de uma família bem sucedida, carismática e influente para atraírem todos ao seu redor e assim aumentarem suas vendas dentro da empresa que, por sua vez, sobrevive através de “núcloes” disfarçados de famílias.

As habilidades, aparências e as “bens de consumo” desta “familia” cativa toda a vizinhança a adotarem o seu modo de vida e hábitos de consumo desde, tênis, roupas, jóias à carros.

E embora o filme seja emocionante e apresente uma incrível lição de vida para todas àquelas pessoas que, de alguma forma, são consumidas pelo sucesso de uma carreira promissora e bem sucessidida, pela correria em busca de um “lugar ao sol” no mundo dos negócios, é importante observar também o real papel da publicidade representado pelos membros desta “família perfeita” que, cada um ao seu modo, não fazem outra coisa a não ser vender sonhos e provocar necessidades supérfluas.

Para uma melhor análise, o filme apresenta duas cenas que devem ser comparadas e analisadas. Umas das cenas é a festa promovida pela “família perfeita”, a outra, é a festa promovida por seus vizinhos.

Nesta última, o casal está no alge de uma crise financeira, e a festa tende a ser uma ocasião para que o casal supere esta crise através da venda de cosméticos. O foco da festa, é uma palestra que apresenta produtos explicitamente, tornando o ambiente num clima de reunião.

Já na festa promovida pela “família perfeita”, não há apresentação de produtos diretamente, mas sim a exposição de um estilo de vida proporcionado por produtos e marcas.

No primeiro caso, a festa representa o que a publicidade não deve fazer, isto é, vender o produto por si só, como se isso bastasse para ocasionar vendas. Contudo, no segundo caso, a festa da “família perfeita” ocorre por uma espécie de confraternização que exibe a maneira como eles vivem melhor, satisfeitos e em clima de harmonia através do que possuem. Pois para vender, eles não fazem propaganda do que possuem em sua casa, mas sim do conforto e luxo que vivem dentro dela, não vendem o carro luxuoso e caro que possuem, mas sim qualidade e alto estilo, Afinal, é isto que a publicidade vende, qualidade, estátus e sonhos, comportamentos e hábitos.

Deni Salles

Seminário: Artes Plásticas e Comunicação na Contemporaneidade.

•Abril 17, 2011 • Deixe um Comentário

Uma bela reflexão sobre os meios de comunicação.

Hello world!

•Abril 17, 2011 • 3 comentários
Sou simples... mente eu mesmo.
Ora reflexo do que penso e acredito,
ora fragmento do que vejo e sinto.
Sou parte de um todo corrompido,
sou todo parte do que vivo.
Sou vida que esquiva-se da morte,
Sou Deni Saless, muito prazer.